Minha Flor,

quero começar esta cartinha a recordar o título de um filme que esteve em cartaz há algum tempo: "Nunca te vi, sempre te amei." Não, não penses que é brincadeira, delírio ou coisa parecida. São tão fortes são as nossas afinidades, tão coincidentes os nossos desejos e tão especial a maneira como me tocas, me beijas ou me afagas os cabelos, da mesma forma que eu te acaricio com toda a força do espírito, desejando-te tudo de bom, todo o prazer e sorte do mundo, enquanto as minhas mãos percorrem as tuas costas macias.
Não penses que sou exagerado, mesmo porque a tua presença faz-me perceber a alegria das coisas simples, faz-me perceber que o maior amor não tem que ser, necessariamente, o mais sofrido, nem o mais chorado ou dramático, e sim aquele que se traduz em paz e dá coragem, segurança e alegria para enfrentar os percalços do quotidiano.
O maior amor, tenha a certeza, é aquele que nos deixa felizes. Aquele em que tacitamente sabe-se da troca, da atenção recíproca; aquele onde os gestos, as palavras e as intenções são cuidadosas, voltadas para o conforto e a alegria mútuas, sem egoísmo ou esforço algum.
Quero que saibas que estou muito feliz por estar contigo, por partilhar do teu sorriso, da tua cama, das tuas noites e também da tua voz, quando me dizes "bom dia". Sinto muitas saudades tuas, por menos que nos afastemos, mas estou tão feliz e tranquilo, que só posso concluir que fui verdadeiramente tomado por este sentimento sublime chamado Amor.

Jorge Ribeiro